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Nesta segunda-feira (19) a tragédia no litoral norte completa um ano. A chuva histórica superou 600 milímetros em 24 horas, e causou 60 mortes em São Sebastião e uma em Ubatuba.
Para analisar o fenômeno, pesquisadores da Universidade de Taubaté (Unitau), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Paula Souza (CPS), realizaram um estudo multidisciplinar.
Segundo os pesquisadores, a tragédia, principalmente em São Sebastião, é resultado da combinação entre as condições climáticas e ações humanas, potencializadas com a segregação social e espacial.
Conforme dados divulgados no site da Unitau, a partir de 1950, o crescimento em São Sebastião foi impulsionado pelo setor turístico e pela expansão da atividade portuária e exploração do petróleo, o que resultou num crescimento econômico da região de 765,05% entre 1980 e2020.
Dados do IBGE, analisados em um período de 42 anos, mostram que a população do litoral norte saltou 252,64%, passando de 87.738 habitantes, em 1980, para 309.395, em 2022. Em comparação, a população da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, teve um aumento de 125,21% no mesmo período. Já no estado de São Paulo, a alta foi de 77,38%, e a média nacional ficou em 70,62%. Quando analisados apenas os dados de São Sebastião, o número de habitantes aumentou de 18.997, em 1980, para 81.540, em 2022.
Outro apontamento foi o aumento de domicílios ocupados no litoral norte, entre 1980 e 2022, com aumento de 550,31%. “A porcentagem é bem superior à média regional (RMVale: 229,65%), estadual (179,70%) e nacional (187,37%).”, concluiu o estudo.
A pesquisa indicou também que houve aumento significativo de residências em áreas de risco e propensas à ocorrência de desastres naturais, em razão da geografia da região.
O Prof. Dr. Edson Trajano, pesquisador da Unitau, ressalta que esses fatores de risco devem ser considerados pelo Poder Público. “É fundamental a criação de políticas públicas pautadas na inclusão social, econômica e territorial, assim como a não ocupação do solo nas áreas de risco. A gestão urbana precisa priorizar a inclusão social e a sustentabilidade econômica e social”, afirma.