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“A cultura caiçara ainda vive e resiste em Ubatuba”, é uma das frases do autor do livro que fala do povo da região e retrata as belezas das mais de 90 praias do município, a obra ganhou um prêmio internacional. O “Tronco de Canoa”, do comunicador social Adilson Zambaldi, que nasceu na cidade, foi vencedor no 21º Salão Internacional de Arte Contemporânea, em Madri, na Espanha.
De acordo com o escritor, a ideia de homenagear a cidade, em que nasceu e viveu até os 19 anos, surgiu após ouvir o verso de um poema. “Dedico a obra Tronco de Canoa aos caiçaras de Ubatuba. A ideia surge de um verso bonito de Manoel de Barros, “meu quintal é maior do que o mundo”, resolvi que era o momento de escrever sobre meu território de origem. Minha família, meus amigos e boa parte das minhas vivências se dão em Ubatuba. Nada mais sincero que me expressar a partir dessas vivências”, conta.
Filho de uma professora de Ubatuba, Zambaldi passou a infância à beira do Rio Grande no bairro Ipiranguinha e a adolescência no Centro da cidade. Aos 19 anos foi cursar Comunicação Social na Universidade de Mogi das Cruzes e, após se formar, foi morar em São Paulo capital. Entretanto, mesmo longe de sua terra mãe, nunca esqueceu do local em que iniciou o caminho das letras, em meio a natureza.
“A literatura começa pela leitura, ainda na infância, nas bibliotecas das escolas estaduais de Ubatuba. Explico, minha mãe era professora, enquanto dava aulas, eu a esperava na biblioteca, um dos meus lugares favoritos para passar o tempo. Enquanto não estava na biblioteca, passava boa parte do tempo em meio a natureza. Nadando num rio, furando onda ou subindo num pé de árvore nativa. Acredito que o habitat influencia os aspectos sociais e culturais de uma pessoa. E o escritor é influenciado pelas suas vivências. Sou de Ubatuba, os saberes locais emergem na minha escrita”, relata.
Sobre as praias, ele explica que a escolha do recorte temático lhe pareceu interessante e soou como um desafio pessoal. “A literatura oferece um tempo de outra ordem. As manifestações da memória logo se viram encobertas pelas paisagens e as sensações que cada praia despertava a cada visita. Logo me dei conta de que precisava percorrer as mais de 90 praias que formam a geografia continental da cidade. E assim foi, por mais de 5 anos”.
A obra está em processo de edição e deve chegar às livrarias entre os meses de agosto ou setembro. “Planejamos alguns eventos de lançamento aqui na cidade de Ubatuba. E isso é a realização de um desejo antigo, celebrar a cultura caiçara com meus familiares, amigos e conterrâneos. A cultura caiçara ainda vive e resiste em Ubatuba”, conclui.