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Ubatuba é cercada pela Serra do Mar e a Mata Atlântica corresponde a quase 80% do bioma da região, um dos mais preservados do Brasil. Em meio a natureza, um botânico encontrou na cidade uma espécie de flor rara, que não era observada há 139 anos.
Segundo uma divulgação de outubro, o pesquisador do Departamento de Botânica da Unicamp, José Ataliba Gomes, caminhava pela mata da Serra do Mar, em Ubatuba, quando viu uma planta que lhe chamou a atenção, com uma coloração diferente, roxo-azulada. O estudioso fez o registro fotográfico da espécie e enviou a imagem para um colega. Ele suspeitava se tratar de um lírio, do gênero Griffinia, que existe apenas no Brasil.
Pouco tempo depois o botânico e os colegas voltaram ao local para coletar amostras e tentar identificar a planta. Após estudos com outras espécies e exames feitos em laboratórios, veio a confirmação. A planta é uma Griffinia ornata, uma flor que sequer possui um nome popular de tão rara. Sua primeira descrição científica foi feita em 1876, pelo botânico britânico Thomas Moore, por meio de espécimes enviadas do Rio de Janeiro e cultivadas em Londres. Desde então, a Griffinia ornata nunca mais foi observada em matas brasileiras e foi considerada extinta.
Segundo a bióloga Julie Dutihl, que faz parte do estudo da espécie redescoberta, em entrevista, a dificuldade de registro vem da raridade da espécie, que é muito sensível a interferências no ambiente que ela vive e o impacto da população local. A Griffinia ornata floresce entre os meses de outubro a dezembro, com a frutificação a partir do mês de novembro.
A maturação dos frutos pode levar mais de seis meses e o habitat da planta é a Floresta Ombrófila Densa, na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A bióloga afirma que em uma região muito afetada pelo avanço imobiliário é difícil entender como algumas espécies ainda sobreviveram.