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Ubatuba é a cidade que abriga as maiores comunidades quilombolas do Litoral Norte e do Vale do Paraíba, conforme dados inéditos do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (27). A cidade possui quatro quilombos, totalizando 1.371 pessoas.
De acordo com o IBGE, a população representa 1,5% do total de habitantes de Ubatuba. Para se ter uma ideia o quão são significativos esses números, a segunda cidade da região com maior número de descendentes de escravos africanos é São Bento do Sapucaí, com uma população de apenas 111 pessoas.
Os quilombos surgiram como locais de resistência, onde viviam pessoas que fugiam da escravidão entre os séculos XVI e XIX. Na cidade de Ubatuba os quilombos se formaram no século XIX e quatro resistem até hoje.
Quilombos de Ubatuba
O Quilombo da Caçandoca é o maior da cidade e hoje tem cerca de 85 famílias, foi a primeira comunidade quilombola no país a conseguir um decreto de desapropriação do Governo Federal em 2006, segundo dados da Fundart. O local tem 890 hectares de terra.
Ainda segundo a Fundart, o Quilombo do Camburi tem cerca de 40 famílias. A comunidade fica bem próximo à Paraty, no Rio de Janeiro e é ocupada há cerca de 150 anos.
Já o Quilombo Fazenda Picinguaba (refúgio de peixes, no tupi guarani) iniciou-se no final do século XIX, quando faleceu Maria Alves de Paiva, proprietária do imóvel. A mulher declarou em seu testamento, ano de 1884, que seus escravos fossem libertos e pudessem habitar áreas do local.
A cidade ainda tem o Quilombo Sertão do Itamambuca, na área rural e conta com cerca de 36 casas e 100 pessoas. Os quilombolas da região são descendentes de antigos escravos que trabalhavam nas terras de Modesto Antônio Barbosa, um fazendeiro que cultivava café e mandioca. A comunidade foi reconhecida oficialmente em 2010.